Transição energética justa e transição energética: entenda a diferença

Descubra o que precisa ser feito — e quais são os desafios — para fazer uma transição energética justa para todos, sem deixar ninguém para trás.

Atualizado em 11/07/2025

Postado em 12/08/2024

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Imagem de uma área rural com turbinas eólicas ao fundo e uma casa simples à frente. Texto: 'Uma transição energética feita para as pessoas'.
Aerogeradores instalados em Dom Inocêncio, Piauí. O proprietário recebe um aluguel pela ocupação da terra.

Você já deve ter ouvido falar de transição energética, certo? E de transição energética justa? Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, elas são diferentes entre si. Essa única palavra — “justa” — cria um novo significado e ajuda a fazer a diferença na vida de milhares de pessoas.

 

O que é transição energética justa?

A transição energética justa é aquela que busca substituir energias derivadas do petróleo, do carvão e do gás natural por alternativas mais sustentáveis, mas de maneira acessível para todas as pessoas. Ou seja: ela não é apenas ambiental, mas também social.

O termo “transição energética justa” foi cunhado pelo World Energy Council para consolidar os três principais benefícios a serem oferecidos à sociedade: garantir uma energia sustentável, segura e acessível.

Infográfico sobre transição energética justa, destacando sustentabilidade, segurança e acessibilidade da energia, com foco nos benefícios sociais e ambientais.
Para a transição energética ser justa, a energia precisa ser limpa, não pode faltar e deve ser disponibilizada para todos.

Quais os principais benefícios de uma transição energética justa?

O principal mote da transição energética justa é “não deixar ninguém para trás”. Nesse sentido, entre os seus principais benefícios estão a garantia de que a energia oferecida tenha preços razoáveis, oferta suficiente para não faltar e gere empregos de qualidade para o país. Por isso, se difere do conceito de transição energética tradicional, que aborda apenas a migração para energias renováveis e mais limpas, sem pensar nos benefícios sociais e econômicos.

Conheça um pouco mais sobre os principais benefícios.

Empregos de qualidade

A implementação de novos projetos de energia locais gera ganhos não apenas para as empresas e governos envolvidos, mas também para as pessoas que lá vivem. O destaque é para os chamados “empregos verdes”, que contribuem para reduzir as emissões ou para melhorar a qualidade ambiental.

Estímulo das economias locais

A transição energética justa também estimula o desenvolvimento de negócios que não estão diretamente relacionados aos projetos energéticos. Empreendimentos, como restaurantes e comércio são impulsionados com a instalação de parques energéticos de energias renováveis.

Segurança energética

A energia de mais baixo carbono também é um caminho para garantir a segurança energética mundial. Isso porque a diversificação de fontes de energia, muitas vezes produtivas localmente, também pode fazer com que países não dependam exclusivamente da oferta de uma única energia, como o petróleo e seus derivados. E isso também afeta diretamente os consumidores.

Crises socioeconômicas em países superprodutores, como guerras, podem dificultar a produção ou o acesso às energias. Assim, as fontes e os produtos de baixo carbono, servem não apenas para gerar energia mais limpa, mas também para evitar que ela falte.

Outros benefícios da transição energética justa

  • Redução das emissões de gases do efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global;
  • Estímulo à pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias energéticas;
  • Aumento da eficiência energética dos produtos e nos processos produtivos.

Qual é o principal desafio para uma transição energética justa?

O principal desafio para atingir uma transição energética justa está no próprio conceito: ser justa para todos. Como podemos transformar a atual matriz energética global, movida principalmente por combustíveis fósseis, sem causar uma ruptura e deixar pessoas para trás?

Afinal, não adianta termos energia segura e ambientalmente sustentável se ninguém pode pagar por ela. Por outro lado, não podemos ter uma energia que seja acessível a todos e de baixa emissão de carbono, se ela não for segura e puder faltar.

E esse é um desafio que vai além. Se migrarmos repentinamente fontes com baixa emissão de carbono, o que faremos para acolher os profissionais e comunidades que hoje dependem da energia fóssil? Como reforçado pelo nosso Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, a transição energética justa precisa ser gradual, apoiada por políticas públicas que ajudem a fomentar novos conhecimentos e competências.

“Se você trabalha em uma mina de carvão, ao sair do carvão para outras fontes, a sociedade, a humanidade está indo bem, mas aquela comunidade específica pode sofrer. A gente sabe que quando os Estados Unidos saiu do carvão para o gás, teve que ter várias políticas, porque tem as localidades que vivem através daquela atividade. E aí você tem que, de alguma forma, reinserir aquelas pessoas. E a própria mão de obra. Porque quem trabalha naquela mina de carvão tem que ser recapacitado, retreinado para trabalhar na nova economia.“
Maurício Tolmasquim, Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras.

Diante desse cenário global, empresas em todo o mundo estão sendo chamadas a desempenhar um papel fundamental na promoção de uma transição energética que seja não apenas eficaz do ponto de vista ambiental, mas também justa e inclusiva.

Como está a transição energética justa no Brasil?

Nosso país é uma potência mundial na produção de energia de diversas fontes, tanto de petróleo e gás com menores emissões quanto de energias renováveis. E esse potencial imenso é somado a custos mais baixos do que em outros países. Atualmente, cerca de 45% da matriz energética (que inclui combustíveis) brasileira já é renovável, o que nos faz ter a segunda matriz energética menos intensa em carbono de todo o G20.

Isso, entre outros fatores, permite que o país tenha uma geração de energia maior do que a demanda, o que abre portas para o investimento de indústrias e, até mesmo, a criação de novos produtos que demandem energia verde. A partir disso, continua-se criando novos empregos e oportunidades, que mantêm um ciclo positivo de transformações.

Ainda que a história da energia eólica em território nacional seja recente, o Brasil já é o sexto colocado no ranking eólico onshore (em terra) mundial! O motivo? Como diria o cantor Bob Dylan, “a resposta, meu amigo, está soprando no vento”. Mais especificamente, nos ventos comportados do nosso Nordeste.

Assim como o restante do mundo, temos grandes desafios e uma longa jornada da energia pela frente. Mas, hoje, o Brasil vive um momento único e pioneiro ao investir na transição energética justa respeitando o meio ambiente, reduzindo as desigualdades sociais e colaborando para o desenvolvimento sustentável do país.

Transição energética justa na Petrobras: o que estamos fazendo?

Há mais de uma década, trabalhamos em ações de descarbonização e temos uma trajetória de redução gradual e consistente das emissões de gases do efeito estufa. Somado a isso, para impulsionar a transição energética no Brasil, estamos unindo forças com grandes empresas de diferentes setores para diversificar nosso portfólio energético. Um exemplo disso é a nossa parceria com a Equinor para viabilizar projetos de energia eólica offshore na costa brasileira. Assim, vemos um potencial para igualar nossa geração de energia elétrica renovável, até 2030, à nossa capacidade de geração em termelétricas!

Também queremos ampliar a oferta de combustíveis renováveis para atender à crescente demanda da sociedade por produtos de baixo carbono, com potencial de aumentar em até quatro vezes a nossa capacidade de produção de biocombustíveis até 2030.

Veja como estamos reduzindo nosso impacto ambiental para liderar uma transição energética sustentável e segura para todas as pessoas. Acesse Energia em transformação.

Na série documental “Um Brasil de Energia” apresentamos, de forma simples e direta, os caminhos que o país tem trilhado na direção da transição energética justa. Confira mais sobre a série aqui.

Se preferir, acesse a playlist da série em nosso Canal no Youtube.

Resumindo: quais as diferenças entre a Transição energética e a Transição energética justa?

  • A transição energética busca reduzir as emissões de carbono por meio da diversificação das fontes de energia, com foco no uso de energias renováveis. A transição energética justa vai além. 
  • A transição energética justa considera também os aspectos sociais e econômicos na busca por energia mais limpa.
  • Além disso, a transição energética justa tem uma abrangência maior, pois tem o objetivo de não deixar ninguém para trás. 
  • Enfim, a transição energética justa promove energia sustentável, segura e acessível, sem deixar ninguém para trás.
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